sexta-feira, 28 de junho de 2013

Sequência Didática " Pausa " Moacyr Scliar - Professor Erik Ribeiro

SEQUÊNCIA DIDÁTICA


Público alvo: 9º ano
Recursos:
·         Data show;
·         Laboratório de Informática;
·         Cópia do texto “Pausa” de Moacyr Scliar;
Tempo Previsto:
·         8 aulas

Conteúdos e temas:
Traços característicos do conto, competências para a leitura.

Habilidades a serem exploradas antes da leitura integral do texto:
·         Levantamento do conhecimento prévio sobre o assunto.
·         Expectativas em função do autor.
·         Antecipação do tema ou ideia principal a partir dos elementos paratextuais – título.
Procedimentos:
Aula interativa, com participação dialógica dos alunos, valorizando o conhecimento de mundo dos mesmos.
1-    Utilizando o data show, deixar visível, para os alunos, apenas o título do texto “Pausa” (escrito com letras grandes, no centro da página).
2-    Questionar os alunos sobre o que significa a palavra “pausa”, sobre o que eles pensam quando a leem/ouvem?
Ouvir as respostas, considerando todas, sem fazer intervenção negativa. Registrar respostas na lousa.
3- Convidar os alunos a refletirem sobre qual seria o tema do texto – registrar as hipóteses levantadas.

4- Contextualizar sócio-historicamente o autor. Convidar os alunos para uma breve pesquisa biográfica, na sala de informática.
Habilidades a serem exploradas durante a leitura integral do texto:
·         Confirmação ou retificação das antecipações ou expectativas de sentido criadas antes da leitura.
·         Identificação de palavras-chave para a determinação dos conceitos veiculados.
·         Identificação das pistas linguísticas responsáveis pela continuidade temática ou pela progressão temática.
·         Utilização das pistas linguísticas para compreender a hierarquização das proposições, sintetizando o conteúdo do texto.
·         Construção do sentido global do texto.
Procedimento:
 Solicitar leitura individual, em seguida realizar leitura pelo professor.
1- Manter na lousa o levantamento das hipóteses sobre o título. Ao longo da leitura instigar os alunos a confrontar as hipóteses iniciais e o que vão identificando no texto. Questionar sobre o conceito fundamental do texto (oralmente). Chamar a atenção para as palavras que se referem à esposa, caracterizando-a e justificando as atitudes da personagem (Samuel). Solicitar que os alunos identifiquem palavras que caracterizem o ambiente para onde Samuel vai se refugiar. (Ex: hotel pequeno e sujo, poltrona rasgada, etc).
 2- Construir, na lousa, um círculo (como se fosse um relógio, dividido em 12 horas) para uma melhor compreensão das relações entre os acontecimentos do texto e o tempo:
Sequencia temporal/cronológica: antes – durante – depois.


Ex: Os acontecimentos se referem a 12 h. Solicitar que os alunos dividam os acontecimentos em três partes (períodos), justificando com passagens do texto ações realizadas pelo personagem.
3- Ao detectar problemas de compreensão, formular questões que auxiliem os alunos a estabelecer o vínculo entre as informações (oralmente). “Essa expressão se refere a qual outra do texto?”, “Que relação existe entre essa passagem e outra?”. Chamar a atenção para os efeitos denotativos e conotativos da linguagem utilizada pelo autor.
Exemplo de questões para levantar a discussão:
a- Por que Samuel salta, corre, lava-se e veste-se rapidamente?
Efeito conotativo: fuga da realidade
b- “O conjunto era uma máscara escura”. O que isso representa?
Efeito conotativo: esconde sua personalidade, suas escolhas, seus sentimentos.
c- “Um raio de sol filtrou-se pela cortina, estampou um círculo luminoso...”.
Efeito conotativo: supõe-se a chagada de uma pessoa esperada.
Chamar a atenção para a paragrafação. Um parágrafo somente para a palavra “dormir”, sugerindo uma pausa.

Habilidades a serem exploradas depois da leitura:
 Para o desenvolvimento das Habilidades de Leitura abaixo, dar-se-á a realização das seguintes atividades:
Habilidades:
  • Troca de impressões a respeito do texto lido e de trechos não compreendido;
  • Produzir resumos escritos,
  • Opiniar criticamente o texto lido.
Procedimento:
1) Para a primeira habilidade  será pedido aos alunos que respondam oralmente:
a) Além do uso corriqueiro do relógio o que a palavra pode representar?
b) Por que ele insisti e ainda diz "Não há tempo levo um lanche."?
c) O que representa o tempo no texto?
d) Diante da cena "a mulher coçava a axila esquerda" e a má resposta do marido, como deveria ser o relacionamento do casal?
e) Como era a rotina de Samuel?
f) O que significa "Olhou para os lados entrou furtivamente"? Do que será que Samuel foge?
g) Por que Samuel também é chamado de Isidoro no hotel?
h) O que falta na vida de Samuel?

Ao levantarmos esse questionamento os alunos deverão perceber que o tempo é breve, que a Modernidade traz a passagem do tempo sem que ao menos percebêssemos. Atentar para o que as palavras querem dizer realmente, além de reconhecer aspectos do relacionamento da personagem com a esposa e com sua rotina.

 2) Para produzir resumos escritos os alunos deverão responder às seguintes questões para depois escrever efetivamente o resumo.
a) Quem lerá meu resumo? Que linguagem devo utilizar?
b) A história fala de quem?
c) Quando os fatos acontecem?
d) Qual a ideia central do texto?
e) Qual parte torna o texto mais interessante? Por quê?
f) O texto sugere uma reflexão, qual é essa reflexão?
g) O texto se aproxima da nossa realidade? Por quê?

3) Para o desenvolvimento da habilidade "Opinar criticamente o texto lido" é preciso levar o aluno a refletir sobre sua realidade em comparação com a da personagem do texto em questão, para isso  discuti-se, a priori, oralmente com os alunos o seguinte trecho do texto:
"- Não sei se virei - respondeu Samuel, olhando pela porta; a noite caía.
  - O senhor diz isto, mas volta sempre - observou o homem, rindo,"

a) Será que Samuel tinha a intenção de mudar sua rotina?
b) Por que ele sempre voltava?
c) Você já observou sua própria rotina? Já pensou em mudá-la?
d) O que Samuel poderia fazer para mudar de vida?
e) A Modernidade, a tecnologia poderiam contribuir para tal mudança?
Após as reflexões os alunos deverão em alguns parágrafos explanar sobre a atitude de Samuel, se aprovam ou não seu comportamento e justificar suas opiniões.





quarta-feira, 26 de junho de 2013

Situação de Aprendizagem: Meu Primeiro Beijo. Postado por Conceição


Habilidade de leitura Texto: Meu Primeiro Beijo de Antonio Barreto


Meu Primeiro BeijoAntonio Barreto


É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era "o beijo". Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...Não sei se numa aula de Biologia ou de Química, o Culta tinha me mandado um dos seus milhares de bilhetinhos:" Você é a glicose do meu metabolismo.Te amo muito!Paracelso"E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso. Paracelso era outro apelido dele. Assinou com letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher...E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele, mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:- Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? - Fiz cara de desentendida.Mas ele continuou:- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. - Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos:- A gente também gasta, na saliva, nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânica; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força, e então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.E de repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto juntos, o abismo do primeiro beijo.Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados por vária semanas. Até que o mundo rolou, as luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do tempo, as contas de telefone aumentaram, depois diminuíram... e foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!BARRETO, Antonio. Meu primeiro beijo. Balada do primeiro amor. São Paulo: FTD, 1977. p. 134-6.              O PRAZER DA LEITURA CONSTRUÇÃO DE UMA SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM – 6º ANO             “Na escola, ler e escrever, falar e ouvir não são atividades exclusivas da disciplina de Língua Portuguesa, já que todo professor é um mediador de linguagem...”
                                                                                              Alfredina Nery Público alvo : 6º ano (Ensino Fundamental – Anos finais)
Tempo previsto: de 2 a 4 aulas
Conteúdos e temas: Traços característicos da crônica; síntese das capacidades da leitura com sugestões de como desenvolver (Rojo, 2004); Gêneros e Progressão em expressão oral e escrita – elementos para reflexões sobre uma experiência suíça (Francófona).Competências e habilidades: Explorar, desenvolver e ampliar as capacidades de leitura.
Estratégias: Trabalho lúdico com diversas mídias, apresentação de imagens, poemas, músicas, etc.
Recursos: Texto escrito ou slides; vídeos; Poema.
Avaliação: Produção coletiva de uma crônica a partir da escolha de um fato do cotidiano.
A construção coletiva de um texto – o fazer junto- possibilita aos alunos  uma nova experiência. O propósito é auxiliá-los à etapa final – a elaboração da escrita individual.
                                   ANTES DA LEITURAUm vídeo da opinião de um jovem sobre o primeiro beijo: http://www.youtube.com/watch?v=JXfPVfBGWMI             Desenvolvimento das Capacidades de Compreensão1 . Ativação do conhecimento prévioAntes da leitura do texto propriamente dito, serão feitas perguntas sobre o assunto, visando garantir a socialização de conhecimentos:Fazer algumas perguntas oralmente aos alunos:1ª Habilidade: levantamento do conhecimento prévio.a)    Você já beijou alguma vez?
b)    Quais foram as sensações experimentadas por você?
c)    O que um beijo pode simbolizar?
2ª Antecipação do tema ou ideia principal a partir de elementos para textuais.a)    Apresentação do título “Meu Primeiro Beijo”
b)    Pedir aos alunos que apresentem por escrito a sua opinião a respeito desse título.
c)    Perguntar aos alunos se o título chama a atenção deles.
3ª Expectativas do aluno com relação ao autor.
a)    Perguntar aos alunos se já ouviram falar no autor, Antonio Barreto.
b)    Pedir pesquisa sobre o autor e os temas abordados por ele.
Inserir informações sobre o autor: 


           Antonio Barreto
    Antonio Barreto (Antonio de Pádua Barreto Carvalho) nasceu em Passos (MG) em 13 de junho de 1954. Reside em Belo Horizonte desde 1973. Morou também em algumas cidades do Oriente Médio, onde trabalhou como projetista de Engenharia Civil, na construção de estradas, pontes e ferrovias. Tem vários prêmios nacionais e internacionais de literatura, para obras inéditas e publicadas, nos gêneros: poesia, conto, romance e literatura infanto-juvenil. Entre eles: Prêmio Jabuti (Câmara Brasileira do Livro - três  vezes, oito vezes indicado), Bolsa Vitae de Literatura, Prêmio Remington, Bienal Nestlé de Literatura, Prêmio Minas de Cultura, Prêmio Nacional de Contos do Paraná, Prêmio “Guimarães Rosa” de romance, Prêmio “Emílio Moura” de poesia, Prêmio “Cidade de Belo Horizonte” - poesia e contos, Prêmio “João-de-Barro” de literatura infantil e juvenil , Prêmio “Carlos Drummond de Andrade” e “Manuel Bandeira” de poesia, UBE (SP), UBE (PE), UBE(RJ); Prêmio “Henriqueta Lisboa”, Prêmio “Petrobrás” de Literatura, Prêmio Nacional de Literatura/UFMG, Prêmio Bienal do Livro de BH, Prêmio Bienal Internacional do Livro de SP, Prêmios de “Leitura Altamente Recomendável” para crianças e jovens/FNLIJ-RJ, Prêmio “Tereza Martin” de Literatura, Prêmio Internacional da Paz/Poesia (ONU), Prêmio “Ezra Jack Keats” da Unesco/Unicef (EUA), Prêmios/ Obras/Catálogo do IBBY (Unesco) e Prêmios/Obras/Catálogos Bienais Internacionais do Livro de Bratislava, Barcelona, Bolonha, Frankfurt e Cidade do México. Participa também de várias antologias nacionais e estrangeiras de poesia e contos. Foi redator do Suplemento Literário do Minas Gerais, articulista e cronista do jornal Estado de Minas e da revista “Morada” (BH). Colabora com textos críticos, poemas e artigos de opinião para “El Clarín” (Buenos Aires), “Ror” (Barcelona); “Zidcht” (Frankfurt), “Somam” (Bruxelas); ” : e outros periódicos. Atualmente coordena a Coleção “Para Ler o Mundo”, da Formato Editori.


Principais obras publicadas:
·         PoesiaO sono provisório (Francisco Alves, 78); Vastafala (Scipione, 88).
·         ContosOs ambulacros das holotúrias/Reflexões de um caramujo (UFMG, 90/93).
·         RomanceA barca dos amantes (Lê, 90); A guerra dos parafusos (José Olympio, 93).
·         Infantis e JuvenisLua no varal e Isca de pássaro é peixe na gaiola (Miguilim, 87, 89); A noite é um circo sem lona (Record, 87); Livro das simpatias (RHJ, 90); Bombeiros do sol, com Graça Sette (José Olympio, 97); Brincadeiras de anjo, Tem um avião lá fora, O velho pássaro da lua e Balada do primeiro amor (FTD, 87, 87, 96, 97).
·         Crônicas: Transversais do Mundo (Lê, 99)
·         A sair: Zoonário (Mercuryo, 01), O menino que não sonhava só (Mercuryo, 01).
   c)    Por que você acha que o narrador-personagem decidiu contar como foi seu primeiro beijo?
 DURANTE A LEITURA Checagem de hipóteses            1ª Confirmação das expectativas criadas antes da leitura.1ª leitura feita pelo professor entregar o texto impresso aos alunos ou apresentar a crônica no Datashow). OBS: Durante a leitura da crônica, o professor deve retomar as hipóteses (antecipações) iniciais para verificar se elas foram ou não confirmadas. O professor pode solicitar que, durante a leitura os alunos utilizem procedimentos tais como sublinhar, copiar, iluminar informações relevantes para buscar passagens  essenciais  e abandonar informações periféricas. a)    As expectativas dos alunos foram confirmadas no decorrer da leitura?
b)    Quais o sentimentos ao ler o texto?
 2ª Localização ou construção do tema ou da ideia principala)    Qual o assunto principal tratado no texto?
b)    Fazer levantamento de termos e expressões que justificam o tema.
 3ª Identificar referências a outros textos, buscando informações adicionais.      Leitura de poemas, músicas e outros gêneros que abordem a experiência do primeiro beijo. a)    ) O que você achou da metáfora no bilhete deixado pelo garoto, logo no início do texto “você é a glicose do meu metabolismo”?
 4ª Esclarecimento de palavras desconhecidas, com dedução ou consulta a dicionários, caso seja necessário. Algumas palavras prováveis:
- glicose- metabolismo- instinto- transposto- ofegante                   DEPOIS DA LEITURA1 – Troca de impressões a respeito dos textos lidos e intertextualidade.Apresentação da letra da música:   Beijinho Doce  Almir Sater  Que beijinho doce
Que ela tem
Depois que beijei ela
Nunca mais amei ninguém
Que ela tem Depois que beijei ela Nunca mais amei ninguém  (Refrão)
Que beijinho doce
Foi ela quem trouxe
De longe pra mim
Se me abraça apertado
Suspira dobrado
Que amor sem fim
Que beijinho doce Foi ela quem trouxe De longe pra mim Se me abraça apertado Suspira dobrado Que amor sem fim  Coração que manda
Quando a gente ama
Se estou junto dela
Sem dar um beijinho
Coração reclama
Quando a gente ama Se estou junto dela Sem dar um beijinho Coração reclama  (Refrão)
 a)    Quais as diferenças e semelhanças que você observou nos dois textos “Meu Primeiro Beijo” e “Beijinho Doce” ?
b)    Pesquisar na Internet as várias versões da música citada e aplicar o ritmo desejado, respeitando apenas a letra.
c)    Qual o tema tratado nos textos?
d)    Há alguma dúvida com relação ao vocabulário?
e)    Justifique os apelidos do garoto. (Cultura Inútil, Paracelso e Bactéria Falante)
f)      O que você achou da metáfora no bilhete deixado pelo garoto, logo no início do texto “Você é a glicose do meu metabolismo” ?
g)    Você conhece outros textos, músicas, poemas com a mesma temática. Cite alguns.
h)   Os textos atenderam as suas expectativas com relação ao tema? Justifique.
  2 – Avaliação crítica do textoa)    Dê a sua opinião a respeito do texto “Meu Primeiro Beijo”, de Antonio Barreto.
 3 – Utilização, em função da finalidade da leitura/ do registro escrito para melhor compreensão.
 b)    Produção escrita
Conte como foi o seu primeiro beijo e se não aconteceu ainda, escreva como você gostaria que ele fosse.





segunda-feira, 24 de junho de 2013

Situação de Aprendizagem da aula presencial- Texto "Pausa", por Edivania

Oficina 3 – “Pausa” ( Moacir Scliar) - Turma 1

Grupo 5:
       EDIVANIA ANTONIA MORATTA
        JEFFERSON BARBOSA DE SOUZA
        MARCIA BATISTA PEREIRA
            (EE Maria Antonieta  Garnero La Fortezza)
        ESTER PRESTES VIEIRA
            (EE Manoel Ignácio da Silva)
Público alvo: 8ª série ( 9º ano)

Tempo previsto: de 2 a 4 aulas

Objetivos: implementar e aferir estratégias de leitura.

Tema: fuga da realidade

Conteúdos: traços característicos da crônica; explorar o gênero.

Competências e habilidades: síntese das capacidades de leitura; inferir em informações explícitas; relacionar símbolos com o sentido global do texto; pistas linguísticas responsáveis pela compreensão temática; intertextualidade.

Estratégias : trabalho escrito ou slides, vídeos, poema.

Atividades: I - compreensão do texto por meio de questões e desenvolver competências e habilidades antes, durante e depois da leitura;
                    II – Trabalhar sequência temporal, verbos (tempos verbais), advérbios de tempo e lugar.


ANTES DA LEITURA:
QUESTÕES:
1-     Já leu algum texto desse autor? Qual o gênero narrativo ele costuma escrever?
Habilidades a serem desenvolvidas: expectativa em função do autor (Moacyr Scliar está muito presente em livros didáticos, conhecido por suas crônicas baseadas, principalmente, em notícias. Isso faz com que o leitor crie expectativas em relação ao conteúdo).

2-     Levando-se em consideração o título, qual seria o assunto principal do texto?
Habilidades a serem desenvolvidas: antecipação do tema ou ideia principal a partir dos elementos paratextuais, como título, subtítulos, epígrafes, prefácios e sumários (Pedir aos alunos que reflitam e explicitem qual o significado do substantivo “pausa” para eles).

 DURANTE A LEITURA:
QUESTÕES:
1-     Com que freqüência Samuel saía?
Habilidades a serem desenvolvidas: construção do sentido global do texto (Construção da sequência de ideias).

2-     Quanto tempo você acha que duram as ações do texto?
Habilidades a serem desenvolvidas: localização ou construção do tema ou da ideia principal (Antes de iniciar a leitura integral do texto, formular questões que os ajudem a compreensão dele).

3. Como é o relacionamento do casal? Justifique com um trecho do texto.
Habilidades a serem desenvolvidas: localização ou construção do tema ou da ideia principal (Antes de iniciar a leitura integral do texto, formular questões que os ajudem a compreensão dele).

     4- Samuel saía sempre no mesmo horário?
     Habilidades a serem desenvolvidas: identificação das pistas linguística responsáveis pela continuidade temática ou pela progressão temática (Nesse caso, há marcadores que indicam relações espaciais: “chegou mais cedo hoje”, “Todos os domingos tu sais cedo”, “Até domingo que vem...”).

     5- Por que Samuel era chamado de Isidoro pelo funcionário do hotel?
     Habilidades a serem desenvolvidas: construção do sentido global do texto (Trabalha-se a sequência de ideias; Compreender globalmente um texto significa fazer uso do conhecimento prévio, das inferências para preencher aquilo que não está explícito no texto).

APÓS A LEITURA:
QUESTÕES:

1-     Qual o espaço predominante do texto?

2-     Qual a relação entre o título e o texto?
      Habilidades a serem desenvolvidas: construção da síntese semântica do texto (O leitor é capaz de parafrasear o que leu?Utilizando o esquema pergunta-resposta, verificar se o aluno compreendeu o que leu).

3-     Se você fosse o autor, qual final daria ao texto? Usaria o mesmo título? Justifique.
      Habilidades a serem desenvolvidas: avaliação crítica do texto (Através das respostas, ele demonstrará se gostou ou não do texto lido, deixando claro qual o desfecho que gostaria que existisse).

           
 Avaliação Oral: identificação do tema, compreensão de conteúdos não explícitos, síntese do texto de modo coerente.

Avaliação Escrita: ficha organizativa com os elementos da narrativa, produção de texto.

Intertextualidade: 
“O rapto” – de Carlos Drummond de Andrade

Se uma águia fende os ares e arrebata
esse que é uma forma pura e que é suspiro
de terrenas delícias combinadas;
e se essa forma pura, degradando-se,
mais perfeita se eleva, pois atinge
a tortura do embate, no arremate
de uma exaustão suavíssima, tributo
com que se paga o vôo mais cortante;
se, por amor de uma ave, ei-la recusa
o pasto natural aberto aos homens,
e pela via hermética e defesa
vai demandando o cândido alimento
que a alma faminta implora até o extremo;
se esses raptos terríveis se repetem
já nos campos e já pelas noturnas
portas de pérola dúbia das boates;
e se há no beijo estéril um soluço
esquivo e refolhado, cinza em núpcias,
e tudo é triste sob o céu flamante
(que o pecado cristão, ora jungido
ao mistério pagão, mais o alanceia),
baixemos nossos olhos ao desígnio
da natureza ambígua e reticente:
ela tece, dobrando-lhe o amargor,
outra forma de amar no acerbo amor.
(http://primeiros-escritos.blogspot.com.br/2009/12/rapto.html)


“O quarto” – Van Gogh
(http://chc.cienciahoje.uol.com.br/van-gogh-a-loucura-de-um-pintor/)

 
“Eu sou trezentos” – de Mário de Andrade

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
As sensações renascem de si mesmas sem repouso,
Ôh espelhos, ôh ! Pirineus ! Ôh caiçaras !

Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro !
Abraço no meu leito as milhores palavras,
E os suspiros que dou são violinos alheios;
Eu piso a terra como quem descobre a furto
Nas esquinas, nos táxis,
nas camarinhas seus próprios beijos !

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
Mas um dia afinal toparei comigo...
Tenhamos paciência, andorinhas curtas,
Só o esquecimento é que condensa,
E então minha alma servirá de abrigo.
(www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/mario-de-andrade/eu-sou-trezentos.php )


A Terceira Margem do Rio
Guimarães Rosa

        
Nosso pai era homem cumpridor, ordeiro, positivo; e sido assim desde mocinho e menino, pelo que testemunharam as diversas sensatas pessoas, quando indaguei a informação. Do que eu mesmo me alembro, ele não figurava mais estúrdio nem mais triste do que os outros, conhecidos nossos. Só quieto. Nossa mãe era quem regia, e que ralhava no diário com a gente — minha irmã, meu irmão e eu. Mas se deu que, certo dia, nosso pai mandou fazer para si uma canoa.

         Era a sério. Encomendou a canoa especial, de pau de vinhático, pequena, mal com a tabuinha da popa, como para caber justo o remador. Mas teve de ser toda fabricada, escolhida forte e arqueada em rijo, própria para dever durar na água por uns vinte ou trinta anos. Nossa mãe jurou muito contra a idéia. Seria que, ele, que nessas artes não vadiava, se ia propor agora para pescarias e caçadas? Nosso pai nada não dizia. Nossa casa, no tempo, ainda era mais próxima do rio, obra de nem quarto de légua: o rio por aí se estendendo grande, fundo, calado que sempre. Largo, de não se poder ver a forma da outra beira. E esquecer não posso, do dia em que a canoa ficou pronta.

         Sem alegria nem cuidado, nosso pai encalcou o chapéu e decidiu um adeus para a gente. Nem falou outras palavras, não pegou matula e trouxa, não fez a alguma recomendação. Nossa mãe, a gente achou que ela ia esbravejar, mas persistiu somente alva de pálida, mascou o beiço e bramou: — "Cê vai, ocê fique, você nunca volte!" Nosso pai suspendeu a resposta. Espiou manso para mim, me acenando de vir também, por uns passos. Temi a ira de nossa mãe, mas obedeci, de vez de jeito. O rumo daquilo me animava, chega que um propósito perguntei: — "Pai, o senhor me leva junto, nessa sua canoa?" Ele só retornou o olhar em mim, e me botou a bênção, com gesto me mandando para trás. Fiz que vim, mas ainda virei, na grota do mato, para saber. Nosso pai entrou na canoa e desamarrou, pelo remar. E a canoa saiu se indo — a sombra dela por igual, feito um jacaré, comprida longa.

         Nosso pai não voltou. Ele não tinha ido a nenhuma parte. Só executava a invenção de se permanecer naqueles espaços do rio, de meio a meio, sempre dentro da canoa, para dela não saltar, nunca mais. A estranheza dessa verdade deu para. estarrecer de todo a gente. Aquilo que não havia, acontecia. Os parentes, vizinhos e conhecidos nossos, se reuniram, tomaram juntamente conselho.

         Nossa mãe, vergonhosa, se portou com muita cordura; por isso, todos pensaram de nosso pai a razão em que não queriam falar: doideira. Só uns achavam o entanto de poder também ser pagamento de promessa; ou que, nosso pai, quem sabe, por escrúpulo de estar com alguma feia doença, que seja, a lepra, se desertava para outra sina de existir, perto e longe de sua família dele. As vozes das notícias se dando pelas certas pessoas — passadores, moradores das beiras, até do afastado da outra banda — descrevendo que nosso pai nunca se surgia a tomar terra, em ponto nem canto, de dia nem de noite, da forma como cursava no rio, solto solitariamente. Então, pois, nossa mãe e os aparentados nossos, assentaram: que o mantimento que tivesse, ocultado na canoa, se gastava; e, ele, ou desembarcava e viajava s'embora, para jamais, o que ao menos se condizia mais correto, ou se arrependia, por uma vez, para casa.

         No que num engano. Eu mesmo cumpria de trazer para ele, cada dia, um tanto de comida furtada: a idéia que senti, logo na primeira noite, quando o pessoal nosso experimentou de acender fogueiras em beirada do rio, enquanto que, no alumiado delas, se rezava e se chamava. Depois, no seguinte, apareci, com rapadura, broa de pão, cacho de bananas. Enxerguei nosso pai, no enfim de uma hora, tão custosa para sobrevir: só assim, ele no ao-longe, sentado no fundo da canoa, suspendida no liso do rio. Me viu, não remou para cá, não fez sinal. Mostrei o de comer, depositei num oco de pedra do barranco, a salvo de bicho mexer e a seco de chuva e orvalho. Isso, que fiz, e refiz, sempre, tempos a fora. Surpresa que mais tarde tive: que nossa mãe sabia desse meu encargo, só se encobrindo de não saber; ela mesma deixava, facilitado, sobra de coisas, para o meu conseguir. Nossa mãe muito não se demonstrava.

         Mandou vir o tio nosso, irmão dela, para auxiliar na fazenda e nos negócios. Mandou vir o mestre, para nós, os meninos. Incumbiu ao padre que um dia se revestisse, em praia de margem, para esconjurar e clamar a nosso pai o 'dever de desistir da tristonha teima. De outra, por arranjo dela, para medo, vieram os dois soldados. Tudo o que não valeu de nada. Nosso pai passava ao largo, avistado ou diluso, cruzando na canoa, sem deixar ninguém se chegar à pega ou à fala. Mesmo quando foi, não faz muito, dos homens do jornal, que trouxeram a lancha e tencionavam tirar retrato dele, não venceram: nosso pai se desaparecia para a outra banda, aproava a canoa no brejão, de léguas, que há, por entre juncos e mato, e só ele conhecesse, a palmos, a escuridão, daquele.

         A gente teve de se acostumar com aquilo. Às penas, que, com aquilo, a gente mesmo nunca se acostumou, em si, na verdade. Tiro por mim, que, no que queria, e no que não queria, só com nosso pai me achava: assunto que jogava para trás meus pensamentos. O severo que era, de não se entender, de maneira nenhuma, como ele agüentava. De dia e de noite, com sol ou aguaceiros, calor, sereno, e nas friagens terríveis de meio-do-ano, sem arrumo, só com o chapéu velho na cabeça, por todas as semanas, e meses, e os anos — sem fazer conta do se-ir do viver. Não pojava em nenhuma das duas beiras, nem nas ilhas e croas do rio, não pisou mais em chão nem capim. Por certo, ao menos, que, para dormir seu tanto, ele fizesse amarração da canoa, em alguma ponta-de-ilha, no esconso. Mas não armava um foguinho em praia, nem dispunha de sua luz feita, nunca mais riscou um fósforo. O que consumia de comer, era só um quase; mesmo do que a gente depositava, no entre as raízes da gameleira, ou na lapinha de pedra do barranco, ele recolhia pouco, nem o bastável. Não adoecia? E a constante força dos braços, para ter tento na canoa, resistido, mesmo na demasia das enchentes, no subimento, aí quando no lanço da correnteza enorme do rio tudo rola o perigoso, aqueles corpos de bichos mortos e paus-de-árvore descendo — de espanto de esbarro. E nunca falou mais palavra, com pessoa alguma. Nós, também, não falávamos mais nele. Só se pensava. Não, de nosso pai não se podia ter esquecimento; e, se, por um pouco, a gente fazia que esquecia, era só para se despertar de novo, de repente, com a memória, no passo de outros sobressaltos.

         Minha irmã se casou; nossa mãe não quis festa. A gente imaginava nele, quando se comia uma comida mais gostosa; assim como, no gasalhado da noite, no desamparo dessas noites de muita chuva, fria, forte, nosso pai só com a mão e uma cabaça para ir esvaziando a canoa da água do temporal. Às vezes, algum conhecido nosso achava que eu ia ficando mais parecido com nosso pai. Mas eu sabia que ele agora virara cabeludo, barbudo, de unhas grandes, mal e magro, ficado preto de sol e dos pêlos, com o aspecto de bicho, conforme quase nu, mesmo dispondo das peças de roupas que a gente de tempos em tempos fornecia.

         Nem queria saber de nós; não tinha afeto? Mas, por afeto mesmo, de respeito, sempre que às vezes me louvavam, por causa de algum meu bom procedimento, eu falava: — "Foi pai que um dia me ensinou a fazer assim..."; o que não era o certo, exato; mas, que era mentira por verdade. Sendo que, se ele não se lembrava mais, nem queria saber da gente, por que, então, não subia ou descia o rio, para outras paragens, longe, no não-encontrável? Só ele soubesse. Mas minha irmã teve menino, ela mesma entestou que queria mostrar para ele o neto. Viemos, todos, no barranco, foi num dia bonito, minha irmã de vestido branco, que tinha sido o do casamento, ela erguia nos braços a criancinha, o marido dela segurou, para defender os dois, o guarda-sol. A gente chamou, esperou. Nosso pai não apareceu. Minha irmã chorou, nós todos aí choramos, abraçados.

         Minha irmã se mudou, com o marido, para longe daqui. Meu irmão resolveu e se foi, para uma cidade. Os tempos mudavam, no devagar depressa dos tempos. Nossa mãe terminou indo também, de uma vez, residir com minha irmã, ela estava envelhecida. Eu fiquei aqui, de resto. Eu nunca podia querer me casar. Eu permaneci, com as bagagens da vida. Nosso pai carecia de mim, eu sei — na vagação, no rio no ermo — sem dar razão de seu feito. Seja que, quando eu quis mesmo saber, e firme indaguei, me diz-que-disseram: que constava que nosso pai, alguma vez, tivesse revelado a explicação, ao homem que para ele aprontara a canoa. Mas, agora, esse homem já tinha morrido, ninguém soubesse, fizesse recordação, de nada mais. Só as falsas conversas, sem senso, como por ocasião, no começo, na vinda das primeiras cheias do rio, com chuvas que não estiavam, todos temeram o fim-do-mundo, diziam: que nosso pai fosse o avisado que nem Noé, que, por tanto, a canoa ele tinha antecipado; pois agora me entrelembro. Meu pai, eu não podia malsinar. E apontavam já em mim uns primeiros cabelos brancos.

         Sou homem de tristes palavras. De que era que eu tinha tanta, tanta culpa? Se o meu pai, sempre fazendo ausência: e o rio-rio-rio, o rio — pondo perpétuo. Eu sofria já o começo de velhice — esta vida era só o demoramento. Eu mesmo tinha achaques, ânsias, cá de baixo, cansaços, perrenguice de reumatismo. E ele? Por quê? Devia de padecer demais. De tão idoso, não ia, mais dia menos dia, fraquejar do vigor, deixar que a canoa emborcasse, ou que bubuiasse sem pulso, na levada do rio, para se despenhar horas abaixo, em tororoma e no tombo da cachoeira, brava, com o fervimento e morte. Apertava o coração. Ele estava lá, sem a minha tranqüilidade. Sou o culpado do que nem sei, de dor em aberto, no meu foro. Soubesse — se as coisas fossem outras. E fui tomando idéia.

         Sem fazer véspera. Sou doido? Não. Na nossa casa, a palavra doido não se falava, nunca mais se falou, os anos todos, não se condenava ninguém de doido. Ninguém é doido. Ou, então, todos. Só fiz, que fui lá. Com um lenço, para o aceno ser mais. Eu estava muito no meu sentido. Esperei. Ao por fim, ele apareceu, aí e lá, o vulto. Estava ali, sentado à popa. Estava ali, de grito. Chamei, umas quantas vezes. E falei, o que me urgia, jurado e declarado, tive que reforçar a voz: — "Pai, o senhor está velho, já fez o seu tanto... Agora, o senhor vem, não carece mais... O senhor vem, e eu, agora mesmo, quando que seja, a ambas vontades, eu tomo o seu lugar, do senhor, na canoa!..." E, assim dizendo, meu coração bateu no compasso do mais certo.

         Ele me escutou. Ficou em pé. Manejou remo n'água, proava para cá, concordado. E eu tremi, profundo, de repente: porque, antes, ele tinha levantado o braço e feito um saudar de gesto — o primeiro, depois de tamanhos anos decorridos! E eu não podia... Por pavor, arrepiados os cabelos, corri, fugi, me tirei de lá, num procedimento desatinado. Porquanto que ele me pareceu vir: da parte de além. E estou pedindo, pedindo, pedindo um perdão.

         Sofri o grave frio dos medos, adoeci. Sei que ninguém soube mais dele. Sou homem, depois desse falimento? Sou o que não foi, o que vai ficar calado. Sei que agora é tarde, e temo abreviar com a vida, nos rasos do mundo. Mas, então, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e me depositem também numa canoinha de nada, nessa água que não pára, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro — o rio.

(Texto extraído do livro "Primeiras Estórias", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1988, pág. 32)

Obras de Salvador Dali – Surreal  ( O sono)
            Salvador Dali representa o sono como uma cabeça que lembra um enorme lençol,apoiada em muletas. No conjunto da tela há representações da realidade - casa,cachorro,mulher,barco - em um espaço indefinido. Dada a ausência de lógica,a cena lembra imagens de um sonho.

                O sono pintado em 1937 por Salvador Dali retrata o  surrealismo pois transmite uma visão para alem de realidade, tem uma combinação adequada de cor, demonstra a imaginação do sonho e a alucinação. Nesta interpretação fantástica do sono, só se vê a cabeça da figura que dorme, contra um fundo de imagens oníricas. O equilíbrio delicado da figura indica que, se uma só forquilha faltar, ela acordará. Isso mostra a fragilidade do estado de sono. A atenção meticulosa de Dalí aos detalhes cria uma atmosfera de hiper-realismo. Como membro do movimento surrealista, ele promoveu a idéia do absurdo e o papel do inconsciente em sua arte. Embora frequentemente provocasse escândalo público, a reputação de Dalí e sua contribuição para a arte são inegáveis.            Depois de trabalhar em Nova York e Paris, Dalí voltou para sua Espanha natal em 1955, lá se estabelecendo com sua companheira de longa data, Gala, de quem pintou vários quadros estranhos e maravilhosos.
          
http://www.mestresdapintura.com.br/loja/salvador-dali-c-113_114.html